terça-feira, 21 de maio de 2013

Juíza apressa despejo das comunidades Camilo Torres e Irmã Dorothy

A juíza de direito da 15ª vara cível , Aida Oliveira Ribeiro oficia o comando da PMMG, exigindo imagens do mapeamento aéreo com o intuito de agilizar os mandatos de reintegração de posse em desfavor das 300 famílias moradoras das comunidades Camilo Torres e Irmã Dorothy. 








segunda-feira, 20 de maio de 2013

Carta denuncia a violação de direitos humanos as ocupações urbanas em Belo Horizonte.

Cópia da carta entregue em mãos, de Wellington Pantaleâo coordenador da Secretária Geral da Presidência da Republica.




Ocupações sobre ameaça de despejo.

Nota de solidariedade às Comunidades
Camilo Torres e Irmã Dorothy
sob ameaça  de despejo sem apelação
 
   No dia 11/4/2013, o juiz Luiz Gonzaga Silveira Soares condenou as trezentas famílias das Comunidades Camilo Torres e Irmã Dorothy ao despejo imediato.  Não há possibilidade de apelação ou recurso.  Estas famílias, para realizarem o direito básico à moradia, ocupam terrenos públicos no Barreiro – a maioria delas há seis anos.
Há vinte anos, estes terrenos têm sido objeto de transação ilegal entre o governo de Minas Gerais, a Prefeitura de Belo Horizonte, a Victor Pneus, a  TraMM Locação de Equipamentos Ltda e os Bancos Bradesco e Rural.  Antes da ocupação pelas Comunidades Camilo Torres e Irmã Dorothy o local estava completamente abandonado.  Não cumpria, portanto, sua função social e era objeto da mais evidente especulação imobiliária.   O prefeito Márcio Lacerda, o governador Anastasia e o poder judiciário representam os interesses das empresas e atacam o mais legítimo direito defendido pelas famílias ameaçadas de despejo: o direito à moradia .
As trabalhadoras e os trabalhadores das Comunidades Camilo Torres e Irmã Dorothy têm resistido bravamente às investidas do Estado, da propriedade privada e do capital. São cidadãos e cidadãs de todas as idades que construíram suas casas com as próprias mãos, preservam o espaço onde moram e imprimiram a mais legítima função social aos terrenos ocupados: o direito à existência digna.
Foi decretada a desocupação que deve, a qualquer momento, ser realizada pela Polícia Militar de Minas Gerais /PMMG, o que tem tudo para se transformar em banho de sangue.  Sabemos que a PMMG atua, nesta situação, como um exército no campo de batalha cujo objetivo é eliminar os inimigos. Aqueles que são considerados inimigos pela PMMG, nesse caso, são as trezentas famílias pobres que construíram as Comunidades Camilo Torres e Irmã Dorothy.  Lembremos do despejo da Eliana Silva 1 (maio/2012) e da tentativa de despejo da Zilah Spósito-Helena Greco (outubro/2011) onde a PM usou desde gás de pimenta contra crianças asmáticas e idosos cardíacos  até centenas de homens armados até os dentes, caveirão, cachorros, cavalos e helicópteros contra todas e todos os membros destas comunidades. O juiz Luiz Gonzaga Silveira Soares considera exemplar a atuação da PMMG na reintegração de posse da Ocupação Eliana Silva 1 e determinou que o modelo seja aplicado no despejo das Comunidades Camilo Torres e Irmã Dorothy.
Não aceitamos  definitivamente  o despejo e defendemos o direito inalienável à resistência contra todas essas investidas. As Comunidades Camilo Torres e Irmã Dorothy têm o direito de permanecer onde estão. Continuaremos juntos a combater o projeto dos governos municipal, estadual e federal de garantir uma cidade só para os ricos.  Continuaremos lutando contra a violência policial e institucional, a guerra generalizada contra os pobres,  a criminalização  de suas lutas e a privatização do espaço público.
Lutamos por uma cidade que incorpore as necessidades, as lutas e as conquistas da classe trabalhadora.
Somos todas e todos Camilo Torres e Irmã Dorothy!
RESISTÊNCIA, SIM! DESPEJO, NÃO!
Belo Horizonte, maio de 2013


Comunidade Camilo Torres, Comunidade Irmã Dorothy e
Fórum Permanente de Solidariedade às Ocupações / FPSO-BH


 Além do FPSO-BH e das Comunidades Camilo Torres e Irmã Dorothy,
assinam esta nota:

AGB-BH, CRESS, CRESS, CSP-Conlutas, Consulta Popular, MMNDH-MG, MST, MAB, Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania, Rede Feminista de Saúde, Pré-associação Solidariedade Plural, Pólos de Cidadania, PSTU, PSOL, Sind-rede, Sindess, Subsede Barreiro Sind-ute, Federação Democrática dos Metalúgicos de MG, Sinde-saúde Contagem, Metabase Inconfidentes, Sindicato dos Agicultores Familiares, Movimento Mulheres em Luta, Movimento Quilombo Raça e Classe. 

Participe também do DIA DAS MÃES
NA COMUNIDADE CAMILO TORRES.
12 de Maio – 9H, Comunidade Camilo Torres :
 Av. Perimetral, 450, Vila Santa Rita.